Após novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)nesta terça-feira (18), ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Netodeputado federal Merlong Solano (PT-PI) apresentou pedido de audiência do chefe da autoridade monetária na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso.
Se aprovado, o pedido seria um convite para Campos Neto. Por se tratar de um convite, o presidente do BC poderá comparecer ou não.
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O parlamentar petista quer que Campos Neto fale, em audiência pública, sobre o cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, “destacando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços”.
O parlamentar afirma, no documento, que a avaliação é referente ao segundo semestre de 2023 e atende às determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
“Lembramos a Vossa Excelência que a realização desta reunião é necessária e urgente, pois o referido dispositivo estabelece que a reunião com o presidente do Banco Central deverá ocorrer no prazo de 90 dias após o término do semestre, encerrando-se, portanto, o prazo em 31 de março. ”, diz o pedido enviado ao presidente da CMO, Júlio Arcoverde (PP-PI).
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Em entrevista com Rádio CBNna manhã desta terça, Lula disse que Campos Neto não demonstra capacidade de autonomia, tem lado político e trabalha para prejudicar o país.
“Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo] tem mais influência sobre Campos Neto do que eu”, reclamou Lula, aludindo a um jantar recente, promovido por Tarcísio, em homenagem ao presidente do BC. Lula afirmou que, na festa, o chefe da autoridade monetária “quase assumiu candidatura a um cargo no governo de São Paulo”.
Tarcísio é frequentemente citado como possível adversário de Lula na disputa pelo Palácio do Planalto em 2026.
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As críticas de Lula a Campos Neto ocorreram um dia antes do anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a meta para a taxa básica de juros do país. A expectativa da maioria dos economistas do mercado financeiro é que a Selic fique em 10,5% ao ano, numa interrupção dos cortes.
A relação entre Lula e Campos Neto tem sido turbulenta desde o início do governo. O petista acusa frequentemente o chefe do BC de agir para sabotar o país com altas taxas de juros, o que, na sua opinião, impediria o crescimento econômico.
Na entrevista, o presidente disse que o próximo chefe da autoridade monetária não se submeterá às pressões do mercado e terá perfil focado no crescimento, além do combate à inflação.
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Uma das vozes mais críticas de Campos Neto, presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), elogiou a entrevista de Lula. “[O presidente] Ele também foi certeiro ao dizer o que todo mundo está vendo: Campos Neto é político e trabalha para sabotar o país”, escreveu Gleisi em sua conta oficial no X (antigo Twitter).
(Com Conteúdo do Estadão)
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