O dólar acelerou seus ganhos frente ao real nesta segunda-feira (17), com os investidores refletindo a piora das expectativas do mercado para inflação, juros e câmbio na abertura de uma semana que terá como foco a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom ) na quarta-feira sobre a taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano.
Esse movimento foi na contramão do grão no exterior e fez com que a moeda encerrasse a sessão cotada a R$ 5,421 na compra e venda, alta de 0,73%. Esse é o preço mais alto desde os R$ 5.452 de 4 de janeiro de 2023.
Qual é a taxa de câmbio do dólar hoje?
O dólar à vista subiu 0,73%, a R$ 5,421 em compra e venda. Na máxima, chegou a R$ 5,43. O contrato futuro do primeiro mês avançava 0,86%, aos 5.429 pontos por volta das 17h30.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional oferecidos para rolagem dos vencimentos de agosto
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Dólar comercial
Dólar de turismo
Enquanto o dólar perdia força no exterior, com a índice do dólar Caindo 0,21% por volta das 17h30, a moeda se fortaleceu no Brasil em meio à piora das expectativas de inflação e juros.
Mesmo após ter acumulado altas semanais nas quatro semanas anteriores, o dólar voltou a subir nesta segunda-feira com profissionais citando o desconforto dos investidores com o cenário fiscal brasileiro.
A mediana das projeções para o dólar subiu em todo o horizonte na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (17), passando de R$ 5,05 para R$ 5,13 em 2024 e de R$ 5,09 para R$ 5,10 em 2025. A de 2026 passou de R$ 5,10 para R$ US$ 5,12 e o de 2027 passou de R$ 5,11 para R$ 5,15.
As projeções dos analistas para a inflação e a taxa Selic em 2024 também subiram esta semana, enquanto o crescimento do PIB diminuiu.
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“Temos claro que são as questões internas que influenciam os preços: o desgaste político do governo, os alertas dos jornais sobre as dificuldades, o fraco diálogo com o Congresso e o fim do espaço para ajuste fiscal do lado das receitas”, citou André Galhardo, economista consultor da Remessa Online.
Segundo ele, a questão fiscal colocou o mercado cambial brasileiro nesta sessão frente ao índice do dólar, que deu lugar a uma cesta de moedas fortes. Ao mesmo tempo, a queda do minério de ferro – importante produto de exportação do Brasil – penalizou mais uma vez o real.
“O (real) do Brasil é visto como uma moeda commodity. Sempre que a China perde força, o real também perde força”, disse Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, pela manhã em comentário enviado aos clientes.
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“Na verdade, o real já se desvalorizou mais de 10% este ano. Ele vem sofrendo muito desde que começou esse movimento de deterioração no Brasil, que vai totalmente na contramão do que está acontecendo lá fora”, acrescentou, lembrando que a economia norte-americana vai bem.
As preocupações com a área fiscal continuaram a permear os negócios, assim como a cautela antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na quarta-feira. Na curva de juros, a precificação aponta para manutenção da taxa básica Selic em 10,50% ao ano, mas o mercado aguarda para saber se a decisão do Copom será novamente dividida.
Profissionais ouvidos pela Reuters apontaram que a nova divisão de votos vai estressar mais uma vez os ativos do Brasil —especialmente a taxa de câmbio, que é muito sensível ao aumento da percepção de risco.
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(Com informações da Reuters)
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