O Sindicato Nacional dos Professores das Instituições de Ensino Superior (Andes) recebeu propostas do Governo Federal em reunião que contou com a presença de representantes do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Apesar das negociações, o Greve dos professores federais continuará. A resposta final do sindicato às propostas do governo será dada na próxima sexta-feira (21), após análise das assembleias de base, segundo Andes informou ao CNN.
Durante a reunião, segundo Andes, o MEC sinalizou a revogação da Portaria 983que alterou a carga horária mínima e impôs o ponto eletrônico para professores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica (EBTT).
A Instrução Normativa 66, que tem dificultado a progressão de vários professores segundo Andes, foi discutida, com o governo sinalizando positivamente quanto à sua revogação.
A greve já dura 72 diassegundo o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
Segundo o banco de dados da Andes, 56 universidades federais e 2 Cefets (Centro Federal de Educação Tecnológica) estão paralisadas.
A CNN procurou o Sinasefe para confirmar o número de Institutos Federais que estão em greve.
Foi proposta a criação de um Grupo de Trabalho para desenvolver novas regulamentações no prazo de 60 dias.
Em nota, o Ministério da Educação (MEC) destacou o esforço do governo nas negociações.
Segundo o MEC, as propostas são significativas e são consideradas um avanço significativo.
O Ministro da Educação, Camilo Santana, apelou ao movimento grevista para procurar um acordo com todas as entidades, enfatizando os ganhos reais previstos na proposta.
Leia a nota do MEC na íntegra
O Ministério da Educação (MEC) realizou nesta sexta-feira, 14 de junho, reunião extraordinária da Mesa Permanente de Negociação Setorial para discutir demandas não remuneratórias de professores de instituições federais de ensino. Na ocasião, o Departamento apresentou quatro propostas de carreiras para professores e técnicos administrativos (TAEs).
O MEC se propôs revogar a Portaria nº 983/2020 (que estabelece diretrizes para regulamentação das atividades docentes no âmbito da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica), bem como criar um Grupo de Trabalho com prazo de 60 dias, a partir de assinatura de acordo com o governo, para elaboração de nova regulamentação.
Outra proposta foi a recomposição do conselho permanente que estabelece as diretrizes e procedimentos para a concessão do Reconhecimento de Conhecimentos e Habilidades (RSC) aos professores. A certificação é destinada a professores de cursos técnicos de nível médio que não exigem necessariamente mestrado ou doutorado para exercer a docência.
Nesse sentido, o MEC também apresentou um posicionamento sobre a RSE. A Consultoria Jurídica do Ministério da Educação articulará, em conjunto com o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), posicionamento favorável ao fim dos recursos em demandas judiciais em processos que tenham por objeto a concessão de RSE a inativos .
A quarta proposta do MEC envolve um pedido de mudança legislativa para criação de um TAE substituto, que prevê a contratação temporária de um profissional em caso de ausência ou afastamento do empregado.
O secretário executivo adjunto do MEC, Gregório Grisa, enfatizou o espaço de diálogo promovido pela mesa setorial: “A ideia é que a mesa setorial seja uma mesa de trabalho, com a periodicidade adequada. Este governo e este Ministério não se esquivarão do diálogo.”
Grisa explicou que a reunião não trataria de assuntos com impacto orçamental nem de pontos abordados na proposta apresentada pelo MGI para professores e TAEs, mas destacou o esforço do governo na negociação.
“Temos um avanço muito significativo para professores e TAEs com as propostas do governo. Não houve notícias de uma conquista desse porte para as categorias nos últimos anos. Portanto, reforço aqui o apelo do Ministro [da Educação] Camilo Santana para que o movimento dê um rumo inédito à greve, garantindo um acordo com todas as entidades. É preciso analisar o tamanho da conquista. O presidente Lula nunca deixou de fazer ajustes acima da inflação e o que temos na proposta é uma previsão com ganhos reais importantes”, afirmou.
Participantes – Representantes do MGI participaram da reunião; o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe); o Sindicato Nacional dos Professores das Instituições de Ensino Superior (Andes); a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Técnico-Administrativos nas Instituições Públicas de Ensino Superior do Brasil (Fasubra Sindical); e a Federação dos Sindicatos dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes). Novas reuniões da Mesa Permanente de Negociação Setorial serão realizadas em breve.
Supervisão de André Rigue
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