Certa vez, falando sobre a questão racial no Brasil em território europeu, fui questionado sobre como enfrentamos o problema do racismo, já que, segundo minhas afirmações, aqui era algo estrutural e sistemático. Respondi que, do ponto de vista prático, agimos de acordo com a lei – afinal, Racismo é crimeinclusive inafiançáveis e previstas em legislação, descritas em nossa Constituição.
A resposta do interlocutor foi imediata: “Pobre país que precisa de uma lei que puna uma atitude que é imoral para qualquer cidadão civilizado”.
Desde então, sempre levantei a questão: se é imoral ser racista, como pode ser punido, se é pouco provável que um cidadão admita ser imoral? Este foi apenas um dos debates que pude presenciar no início do ano quando estive em Barcelona, na Espanha, sobre o caso que tramitava nos tribunais de crimes cometidos contra Vinicius Júnior.
O que mais me chamou a atenção ao ouvir alguns espanhóis é que poucos achavam que as “brincadeiras” feitas no estádio contra o jogador eram atos racistas. Isso me lembrou o Brasil que conheci há dez, 15, 20 anos, quando certas imoralidades eram vistas pelas pessoas da época como “normais”.
A punição exemplar, com prisão, para os agressores gestuais e verbais de Vini Júnior na Espanha é algo sem precedentes na história do futebol europeu e um ponto de partida para que leis mais rígidas sejam criadas e disponibilizadas para quem não aceita práticas racistas – seja diretamente ou em forma de piadas, gestos ou qualquer outro tipo de agressão.
O Brasil só começou a enfrentar práticas racistas no âmbito da lei quando A Constituição de 1988 classificou o racismo como crime inafiançável. A partir daí, começamos até a colocar em prática políticas públicas de combate às desigualdades raciais.
Um crime só existe se houver um criminoso e só se espalha se não houver uma lei que criminalize o seu autor. Cada vez mais é necessária punição para qualquer tipo de racismo, seja o ato praticado por meio de piadas, brincadeiras ou coisas afins.
A mensagem que o sistema de justiça espanhol deu à Europa e ao mundo com a pena de prisão para os agressores foi que o racismo é um crime e não é brincadeira.
Esperamos que este seja o início de uma nova era, e que as federações e outras organizações desportivas, especialmente no futebol, não esperem que outro Vini Júnior surja sozinho e se imponha contra algo que não só é imoral, como também prejudica o ser humano. dignidade .
Compartilhar:
o que emprestimo consignado
emprestimo consignado manaus
como funciona o emprestimo consignado
o que é emprestimo consignado
juros empréstimo consignado
financeira bmg telefone
o que empréstimo consignado
empréstimo servidor público
emprestimos bh
empréstimos bh
emprestimo consignado publico
emprestimos consignados o que é