Na semana passada, Alexandre Nardoni voltou ao mercado de trabalho como Microempreendedor Individual (MEI). Tornou-se conhecido nacionalmente após ser acusado e condenado pelo assassinato de sua filha, Isabella Nardoni, em 2008.
Outros ex-presidiários condenados por crimes que foram notícia nacional já retomaram a vida e o trabalho após a prisão. Veja alguns deles abaixo.
Alexandre Nardoni
Alexandre Nardoni foi condenado pelo assassinato de sua filha, Isabella Nardoni, de 5 anos, em 2008. O crime, que teria sido cometido junto com a madrasta da criança, Anna Carolina Jatobá, gerou comoção nacional.
Isabella Nardoni, filha de Alexandre, foi jogada do sexto andar do prédio do pai. A investigação revelou que Isabella foi agredida pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, que a sufocou e sufocou. Alexandre então cortou a rede de proteção e jogou a menina. Isabella morreu a caminho do hospital.
Após cumprir parte da pena em regime fechado, Alexandre Nardoni foi progressivamente transferido para regimes menos restritivos, incluindo semiaberto e liberdade condicional. Em maio de 2024, obteve o direito de progredir para o regime aberto.
Depois de sair da prisão, ele abriu uma microempresa individual e assinou contrato de trabalho como promotor de vendas na empresa do pai, recebendo salário de R$ 2.500.
O Ministério Público recorre da decisão que concedeu a libertação de Nardoni.
Elise Matsunaga
Em 2012, Elize Matsunaga foi presa pelo assassinato do marido, Marcos Kitano Matsunaga. O empresário foi morto com um tiro na cabeça e, posteriormente, para tentar esconder o crime, Elize desmembrou o corpo e colocou os restos mortais em malas.
O assassinato ocorreu na casa do casal, localizada na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, e os restos mortais foram distribuídos por regiões da grande São Paulo.
No julgamento, Elize foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão. Porém, após recurso de sua defesa, a pena foi reduzida para 16 anos e 3 meses em 2019.
Em maio de 2022, Elize obteve o direito de cumprir pena aberta. Em 2023, a Justiça negou pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP) para que o ex-presidiário voltasse à prisão.
O pedido do MPSP ocorreu depois que a Polícia Civil de Sorocaba, no interior de São Paulo, abriu inquérito para apurar denúncia de que o ex-preso teria adulterado certidão negativa de antecedentes criminais para trabalhar em condomínio da mesma cidade. Na época, Elize negou ter cometido ilegalidade.
Desde então, ela atua como motorista de aplicações. Elize usou seu nome de solteira após sair da prisão.
Suzane von Richthofen
Com apenas 18 anos, Suzane von Richthofen ganhou notoriedade nacional. A jovem foi acusada e condenada por ordenar o assassinato dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002.
O crime, que teria sido motivado por motivos financeiros, chocou o Brasil pela crueldade e pelo planejamento meticuloso. Suzane, junto com o namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Cristian Cravinhos, assassinaram os pais com golpes de barra de ferro na cabeça. Ela foi condenada a 40 anos de prisão.
Depois de cumprir parte da pena em regime fechado, Suzane foi progressivamente transferida para regimes menos restritivos.
Em 2015, obteve o direito de progredir para o regime semiaberto, tendo que retornar todas as noites à prisão.
Em janeiro de 2023, a pena evoluiu para o regime aberto após decisão da 2ª Vara de Execuções Penais de Taubaté (SP). No regime aberto, ela pode estudar ou trabalhar durante o dia, mas, à noite, precisa retornar para sua residência com endereço cadastrado na Justiça.
Atualmente, Suzane é casada e mora em Bragança Paulista, interior de São Paulo. Ela deixou de usar o sobrenome, adotando o sobrenome do marido. Em janeiro de 2024 ela teve seu primeiro filho e voltou a estudar direito na Universidade São Francisco, localizada na mesma cidade onde mora.
Pouco antes, em 2023, ela havia se candidatado a uma vaga de operadora de telefonia na Câmara Municipal de Avaré (SP).
Goleiro Bruno
Bruno Fernandes de Souza foi personagem central em um dos casos mais emblemáticos envolvendo atletas profissionais e crimes. O ex-goleiro do Flamengo foi preso em julho de 2010, quando ainda jogava no time de maior torcida do Brasil.
O crime começou a ser investigado após o desaparecimento de Eliza Samudio, mãe de Bruninho, filho do atleta. A investigação durou muito e resultou na condenação de Bruno e de seu melhor amigo, conhecido como Macarrão. O corpo de Eliza nunca foi encontrado.
Em 2013, Bruno foi condenado e saiu da prisão após quase sete anos devido a uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).
Após sua liberação, Bruno jogou em times como Poços de Caldas Futebol Clube, Rio Branco Futebol Clube e Atlético Carioca. Porém, a rejeição do nome do ex-atleta acompanhou sua vida após a prisão.
Em 2023 foi impedido de disputar a Super Copa Pioneer 2023, competição de futebol amador. A nota divulgada pela organização do torneio, revelando o motivo da proibição de Bruno entrar em campo, destacou o respeito às mulheres.
Nas redes sociais, o ex-atleta profissional se apresenta como empresário e treinador esportivo.
Paula Thomaz
O caso de Daniella Perez repercutiu em todo o país no final de 1992. A atriz, filha da escritora Glória Pérez, foi assassinada pelo colega de trabalho e companheiro amoroso na novela da qual era protagonista. Na época, Daniella tinha 22 anos e foi encontrada no mato de Cândido Portinari, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Segundo boletim de ocorrência e acusação, a atriz foi morta com dezoito facadas, cometidas por Guilherme com a ajuda de sua esposa, Paula Thomaz. Na época do crime, Paula estava grávida de 4 meses do filho Felipe, fruto do relacionamento que mantinha com o ator.
À época do crime, o crime qualificativo de homicídio ainda não estava previsto em lei como um dos crimes hediondos e, por isso, o tratamento dispensado aos réus não era tão rigoroso. Esse fato motivou a aprovação da Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90).
Condenada a 18 anos e seis meses de prisão por ser considerada cúmplice, Paula Thomaz passou seis anos em regime fechado antes de ser libertada para o regime semiaberto.
Nesse período, formou-se em Direito e iniciou uma nova vida com o nome de Paula Nogueira Peixoto, adotando o sobrenome do atual marido, Sérgio Rodrigues Peixoto.
Em 2013, ela recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça para não ter mais ligação com o crime, reivindicando o direito ao esquecimento. A 3ª Turma do STJ, porém, negou o pedido.
Atualmente Paula mora no Rio de Janeiro e vive discretamente trabalhando como advogado.
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