O mercado energético está em transformação, com os governos e a sociedade exigindo cada vez mais a implementação de indústrias menos poluentes. Como resultado, algumas empresas viram seus negócios ameaçados. Outros, porém, pelo menos segundo as teses dos investidores, ainda têm muito espaço para crescer. É o caso de Serena (SRNA3) e Eneva (ENEV3), que foram temas de discussão no programa Super Clássicos da Bolsa 2024, programa da XP Investimentos, nesta terça-feira (11).
Eduardo Moraes, analista da Principal Claritas, e Roberto Gomes, da HIX Capital, explicaram durante o programa quais são as bases dos posicionamentos de suas casas —a primeira na Serena e a segunda na Eneva.
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No caso de Serena, a Diretora Claritas vê que a empresa deve atender à demanda por energia limpa, já que grande parte de sua geração vem de usinas eólicas e solares. “Tem o melhor conjunto de energia renovável do Brasil. Do ponto de vista qualitativo. É muito interessante.”, diz Moraes.
Mas, além disso, a visão da casa também abrange o fato de a empresa ter acabado de completar um ciclo de investimentos. “A alavancagem é um múltiplo de 5x a relação entre a dívida líquida e o EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que é elevado. Mas agora o investimento parou. Vamos entrar na fase de crescimento de geração de caixa, com forte desalavancagem”, afirma o analista.
Ele cita que no último ano a empresa viu seu faturamento aumentar 43%. “Se não houver gastos extras nos próximos anos, gerando esse caixa, o valor da ação subirá cerca de 17% ao ano”, explica.
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Serena ou Eneva? Energia renovável é destaque
Ainda há a questão de Serena ter sua energia contratada em R$ 220, valor que a casa vê como positivo, até 2032. A renegociação, para eles, ainda acontecerá em um momento positivo, quando, segundo projeções, o fornecimento crescerá menos que a procura.
“É um portfólio de qualidade, com taxa de retorno inalcançável e que agora colhe os frutos do último ciclo de investimentos”, argumenta Moraes.
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A Eneva, na tese da HIX Capital, também deveria surfar na demanda por energias renováveis, mas por outro motivo.
A empresa, que tem grande parte de seu portfólio em gás natural, deverá se beneficiar da intermitência que as usinas eólicas e solares apresentam. Empresas como a Serena, gostem ou não, são impactadas pela sazonalidade.
O vento para em certas épocas do ano e o céu fica nublado em outras, impossibilitando o bom funcionamento das plantas.
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“Quando a nossa matriz era mais baseada em água isso não era um problema. Agora, a questão é que não dá para armazenar energia eólica e solar, então a energia das termelétricas acaba tendo uma demanda maior de tempos em tempos”, debate Roberto Gomes.
Fora isso, segundo ele, hoje a Eneva é uma empresa que possui termelétricas com grandes diferenciais, principalmente quando se trata do modelo R2W.
As usinas da empresa possuem poços de gás conectados à energia térmica, o que barateia muito a produção, já que muitas vezes outras empresas precisam importar a commodity.
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“A Eneva tem receita fixa de térmicas, em torno de R$ 4 bilhões, o que já traz um retorno interessante. Quando chamado, esse retorno tende a aumentar”, reforça o especialista.
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