Armando Mendonça, segundo vice-presidente da Coríntios, prestou depoimento à Polícia Civil do Estado de São Paulo nesta terça-feira. No depoimento ao qual o Gazeta Esportiva teve acesso, o diretor diz que alertou o presidente Augusto Melo sobre a movimentação financeira suspeita entre o Rede Social Media Design Ltdaempresa intermediária no acordo com a VaideBet, e Neoway Soluções Integradas, grupo considerado fachada, que está no nome de Edna Oliveira dos Santos, mulher residente em Peruíbe que foi usada como “laranja”.
Armando disse que se encontrou com Augusto Melo no dia 8 de maio para conversar sobre o assunto e aconselhá-lo a tomar algumas medidas, como interromper pagamentos à Rede Social Media Design Ltda, pedir investigação policial imediata e afastar Sergio Moura (ex-superintendente de marketing) e Marcelo Mariano (diretor administrativo). A ideia do vice-presidente era que o mandatário agisse antes que o caso se tornasse público e a gestão fosse acusada de omissão.
O vice comentou que, mesmo repassando a informação a Augusto, o presidente “preferiu, naquela oportunidade, não seguir nenhuma de minhas sugestões e recomendações”, pois Augusto entendeu que se tratava de um problema exclusivo da empresa intermediária, e não o clube. O caso foi exposto pelo jornalista Juca Kfouri no dia 20 de maio e caiu como uma “bomba” no Parque São Jorge.
Embora o Corinthians seja considerado um “vítima em potencial” pelo Departamento de Crimes Financeiros da Delegacia de Proteção ao Cidadão (DPPC) neste momento das investigações, caso fique comprovado que uma possível omissão de Augusto Mello causou danos consideráveis ao patrimônio ou à imagem do clube, poderá surgir até a possibilidade de um impeachment solicitar.
De acordo com o item 2 do artigo 106 do Estatuto do Corinthians, entre os motivos para solicitar a destituição dos administradores (Presidente do Conselho ou seus Vice-Presidentes), está “ter causado, por ação ou omissão, dano considerável ao patrimônio ou em a imagem do Corinthians”.
Armando informou ainda que conversou com Sergio Moura no dia 9 de maio. O vice-presidente questionou Moura sobre sua relação com Alex Cassundé, sócio-diretor da Rede Social Media Design Ltda e integrante da equipe de campanha de Augusto Melo no período eleitoral do clube, e contou ao profissional as informações às quais teve acesso.
Nas palavras de Armando, Sergio disse que conhece Cassundé há muito tempo, mas que “infelizmente sentiu que não teve troca de mensagens ou contacto” com a empresa intermediária durante o período em que foi assinado o acordo entre as partes, às o começo do ano. . Além disso, o ex-superintendente teria ficado exultante quando o vice-presidente confirmou que conversou com Augusto Melo sobre o caso.
Veja a íntegra do depoimento de Armando Mendonça:
No dia (08/05/2024) estive no gabinete do presidente Augusto Melo no Parque São Jorge. Informei que recebi informações que considero gravíssimas e que o presidente do SCCP, como agente responsável pelo clube, deveria tomar medidas imediatas, antes que tais informações se tornassem públicas e a direção fosse acusada de omissão pela oposição , imprensa e parceiros comerciais. Expliquei que fui abordado por um jornalista que me deu informações e estava investigando e queria saber se eu tinha alguma posição. Ele disse que não, mas que iria investigar internamente. Ele me disse que esperaria alguns dias para divulgá-lo, mas que o assunto seria divulgado de qualquer maneira.
Por conta disso, no dia 08/05/2024, informei ao presidente da diretoria do SCCP que a empresa intermediária do nosso patrocínio Master na época – Vai de Bet – Rede Social Media – do sócio Alex Cassundé, havia recebido dois grandes valores – R$ 700.000,00 cada, totalizando R$ 1.400.000,00, em intervalo de apenas três dias (em março de 2024). E que, ao receber esses valores, essa empresa, segundo o jornalista, teria desviado quase todo o seu valor para uma empresa de fachada – uma empresa “laranja”. E que isso causaria estranheza e muita preocupação, devendo o clube suspender imediatamente quaisquer pagamentos à empresa Rede Social Media (contrato permitia isso) e solicitar imediata investigação da autoridade policial, uma vez que o clube não conseguiu cumprir uma empresa que recebia dinheiro do Corinthians e estaria “fornecendo” outra empresa considerada “fantasma”, ou seja, transformando dinheiro legal em dinheiro ilícito.
Além disso, informei o Presidente da Direcção da SCCP que, face à informação obtida e que posteriormente verifiquei a sua veracidade junto do respectivo director financeiro, não a via com bons olhos, por entender tratar-se de um acto de má gestão quando o director administrativo Marcelo Mariano aproveitou a ausência do diretor financeiro responsável na época, Rozallah Santoro, para solicitar ao funcionário do clube subordinado ao diretor financeiro o pagamento de duas faturas de R$ 700.000,00 cada, a esta empresa Intermediária – Rede Social Media, sob o fraco justificativa de que a referida empresa emitiu essas notas fiscais e recolheu os tributos delas decorrentes. Agora, expliquei que entendi que o papel de qualquer diretor de clube é antes de tudo se preocupar em pagar fornecedores e prestadores de serviços que prestam e/ou prestaram serviços diretos ao clube e que atrasaram seus pagamentos, como, por exemplo : assessoria jurídica, empresa de limpeza, segurança, entre outros, ao invés de se preocupar com o fato de a empresa intermediária ter, em tese, recolhido o imposto das notas fiscais. Posteriormente, vale esclarecer que Marcelo Mariano foi solicitado a exigir tal comprovante de pagamento de impostos para Alex Cassundé e até hoje não tenho conhecimento se tal providência foi tomada. Confesso que não achei habitual a preocupação de Marcelo Mariano.
Outro ponto que manifestei preocupação ao presidente do conselho, na mesma reunião, foi o fato de a imprensa ter divulgado e não ter sido desmentido pelo Superintendente de Marketing da SCCP, Sérgio Moura, a relação de amizade, de trabalho e até mesmo a contratação Sr. Alex Cassundé, sócio da empresa intermediadora Rede Social, pela nossa campanha. E isso soaria politicamente negativo para a nossa gestão, dados os fatos então narrados ao presidente, sem fazer qualquer juízo de valor sobre culpa ou dolo.
Diante desta situação, sugeri também ao presidente do conselho do SCCP que utilizasse as boas práticas adotadas pelas empresas em casos de investigações e inquéritos, e iniciasse imediatamente um procedimento de investigação interna, além do recomendado (pedido de abertura de investigação policial e suspensão imediata dos pagamentos à empresa intermediária) com afastamento de todos os envolvidos (sempre respeitando a presunção de inocência) para demonstrar a lisura das investigações. Dessa forma, o presidente estaria protegido de qualquer ataque de adversários, pois agiríamos rapidamente em favor do clube, com transparência e dentro do que recomendam as empresas que realizam trabalhos investigativos.
Dito tudo isso ao presidente, ele preferiu, naquela oportunidade, não seguir nenhuma de minhas sugestões e recomendações – nem suspender pagamentos, nem solicitar abertura de inquérito policial, nem inquérito interno com afastamento dos mencionados (Sérgio Moura e Marcelo Mariano ), com a alegação de que esta questão (possível transferência para uma empresa “laranja”) era um problema exclusivo da empresa intermediária Rede Social e não da SCCP. Não via o clube como vítima. Além disso, disse que a Rede Social fazia o que queria com o dinheiro e que só retiraria quem tivesse comprovação de corrupção. Ele afirmou que nem lembrava do rosto de Alex Cassundé e, se bem me lembro, só esteve com ele uma vez durante a campanha. Eu, mais uma vez, expliquei que o Corinthians precisaria se posicionar imediatamente porque o clube não poderia pagar uma empresa que eventualmente estaria cometendo um ato ilegal e repeti que não se tratava de culpar ou acusar qualquer dirigente de clube de corrupção, mas sim que o Corinthians não poderia ficar inativo sabendo dos fatos narrados e deveria adotar o que sugere um procedimento investigativo (tanto que somente após a repercussão negativa decorrente da matéria jornalística foi contratada a renomada empresa EY, que sugeriu o afastamento dos envolvidos , sugestão também adotada pelos então renomados diretores jurídicos da época e não acatada pelo presidente da SCCP – afastamento de Marcelo Mariano e Sergio Moura, que culminou inclusive no pedido de renúncia aos seus cargos).
No dia 9 de maio de 2024, quinta-feira, tive uma conversa simples com Sergio Moura, que era o responsável pelo departamento e pôde esclarecer todas as minhas dúvidas. Além disso, devido ao relacionamento que foi divulgado na imprensa entre Alex Cassundé e Sérgio Moura, tive o cuidado de perguntar se o relacionamento que a imprensa noticiou entre ele e o sócio da empresa Rede Social era verdadeiro. Ele confirmou, mas disse que não eram amigos íntimos, de residência, mas se conheciam há muito tempo, de trabalho e que até contratou Alex para fazer trabalhos na campanha. Aproveitei também para perguntar se houve alguma troca de mensagens, mesmo WhatsApp, contratos, etc. com a empresa do Alex na hora de fechar e negociar a intermediação que poderia de uma vez por todas acabar com toda especulação envolvendo o intermediário e assim o clube teria tranquilidade para ser administrado. Ele me disse que infelizmente achava que não houve troca de mensagens ou contratos.
Então, expliquei toda a história para Sérgio Moura, que me foi contada pelo jornalista e só pedi para ele avisar seu “suposto amigo” (Alex Cassundé) para não emitir mais faturas contra o Corinthians. Quando eu disse isso, Sergio Moura disse que não era problema dele. Ele perguntou se eu tinha comentado isso com o presidente Augusto Melo, eu disse que sim, aí ele ficou animado, chateado e começou a falar da vida dele. Eu, mais uma vez, repeti que só estava preocupado com o clube e que precisava resolver essa questão com urgência. Não acusei ninguém de absolutamente nada. Terminamos a conversa e saímos do clube.
Depois disso, mais de 15 dias após o contato de Juca Kfouri, sem nenhuma ação do clube, o jornalista, no dia 20.05.2024, publicou seu artigo para que todos soubessem.
Somente após a reportagem do jornalista e a repercussão, no mesmo dia, 20/05/2024, o SCCP divulgou nota oficial dizendo que não tinha qualquer responsabilidade por eventuais repasses financeiros a terceiros, o que respeitosamente, embora não tenha sido consultado , não concordei com tal posicionamento.
Somente após a repercussão na mídia o presidente do SCCP tomou algumas das medidas, mesmo com sugestão minha e mesmo do ex-diretor jurídico, preferiu não afastar nenhum dos envolvidos para a lisura da investigação.
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