O presidente da FIFA, Gianni Infantino, elogiou nesta segunda-feira (10) a condenação de três pessoas por atos racistas contra o Real Madrid e o atacante da seleção brasileira Vinícius Júnior.
Numa decisão histórica, três adeptos do Valência foram condenados a oito meses de prisão por chamarem o jogador de “macaco” no estádio Mestalla, em maio de 2023.
“É com satisfação que vejo o gesto firme e a sentença das autoridades espanholas relativamente aos insultos racistas dirigidos a Vinícius Júnior num jogo da La Liga. Este é um passo importante”, escreveu Infantino em comunicado.
No dia 17 de maio, durante o Congresso da FIFA na Tailândia, a gestão apresentou algumas propostas para combater o racismo. Num deles, pede-se a todos os países que incluam punições penais para actos racistas na sua legislação.
A entidade também obrigará cada uma das 211 federações filiadas a ter em seus códigos disciplinares punições para clubes, entidades de futebol e torcedores em casos de racismo, incluindo até eliminação de campeonatos e rebaixamentos.
“Esta decisão demonstra um dos cinco pilares de ação da FIFA: acusações criminais. Lutaremos pelo reconhecimento do racismo como crime em todos os países do mundo. Nossa mensagem para as pessoas ao redor do mundo que se comportam de forma racista é: não queremos vocês no futebol. Essas pessoas têm que ser excluídas”, continuou Infantino.
Entender
Em maio do ano passado, em partida válida pela 35ª rodada da LaLiga, o Campeonato Espanhol. Na temporada 2022/2023, muitos torcedores do Valencia chamaram Vinícius Júnior de “mono” (macaco, em espanhol). No entanto, apenas três foram identificados e julgados pelo Tribunal espanhol.
Ainda segundo a LALIGA, os três torcedores estão proibidos de entrar em qualquer estádio da Espanha pelo período de dois anos e arcarão com os custos do processo. Em nota, a LALIGA afirmou ser líder do futebol mundial na luta contra o racismo. Segundo a liga espanhola, mais de 700 projetos foram implementados nos últimos oito anos.
Nas redes sociais, o Real Madrid publicou um comunicado celebrando a condenação dos torcedores do Valencia.
“Esta é a primeira condenação por atos desta natureza proferida pelos tribunais e tribunais criminais. O Real Madrid, que neste processo juntou a acusação particular com Vinícius Júnior, continuará trabalhando para proteger os valores do nosso clube e erradicar qualquer comportamento racista no mundo do futebol e do esporte”, escreveu o clube merengue.
Em postagem nas redes sociais, Vinícius Júnior destacou sua luta antirracismo e agradeceu o apoio que recebeu do clube merengue e da liga.
“Muitos me pediram para ignorar, muitos outros disseram que minha luta foi em vão e que eu deveria apenas ‘jogar futebol’. Mas, como sempre disse, não sou vítima de racismo. Sou um algoz de racistas. Esta primeira condenação criminal na história de Espanha não é para mim. É para todos os negros”, escreveu Vini.
“Que outros racistas tenham medo, tenham vergonha e se escondam nas sombras. Caso contrário, estarei aqui para cobrar. Obrigado à LaLiga e ao Real Madrid por ajudarem nesta convicção histórica. Tem mais por vir”, finalizou o jogador, que se prepara com a seleção brasileira para a Copa América dos Estados Unidos.
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