Ainda marcada por ausências nos Mundiais de 2018 e 2022, a Itália regressa ao Europeu como atual campeã, três anos depois de levantar o troféu em Wembley, com as mesmas dúvidas que tinha na altura sobre o nível do seu plantel e a falta de um artilheiro renomado.
Tal como em 2021, a ‘Nazionale’ iniciou os preparativos para o Euro-2024, que se realizará na Alemanha (de 14 de junho a 14 de julho) com um amigável em Bolonha, desta vez um empate sem golos frente à Turquia, na terça-feira.
Não é o único ponto em comum nas duas campanhas da Itália rumo ao Europeu.
Assim como Roberto Mancini, a quem sucedeu em agosto, Luciano Spalletti herda uma equipe traumatizada pelo fracasso nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, como havia acontecido quatro anos antes para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
O ex-técnico do Napoli também lida com a falta de eficiência ofensiva da sua equipe, que tem como artilheiro o meio-campista do Inter de Milão, Nicolo Barella, autor de nove gols em 53 jogos pela equipe ‘Azzurra’.
A fragilidade ofensiva da Itália explica em parte a sua difícil classificação, na qual terminou na segunda posição, seis pontos atrás da Inglaterra e com os mesmos pontos da Ucrânia, que superou graças a um melhor saldo de golos.
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— Itália (@Azzurri_En) 6 de junho de 2024
Acerbi e Scalvini, as ausências
Soma-se a isso a fragilidade defensiva, aliada às lesões de última hora de Francesco Acerbi (Inter de Milão) e Giorgio Scalvini (Atalanta), pouco antes de partirem para o centro de treinamento de Coverciano.
Até o goleiro Gianluigi Donnarumma, eleito o melhor jogador do último Europeu, parece em crise, com problemas principalmente quando precisa se impor nas bolas aéreas, aspecto em que também comete erros pelo PSG.
Tudo parece preocupante antes de estrear no grupo B de alto nível; jogando contra a Albânia no dia 15 de junho, a Espanha no dia 20 e a Croácia no dia 24.
Mas Spalletti não ficou de braços cruzados. No seu grupo de 29 jogadores, que será reduzido para 26 na quinta-feira, estão apenas oito do elenco que conquistou o Euro em 2021, ao vencer a Inglaterra nos pênaltis (1-1 nos 120 minutos e 3-2 nos pênaltis) .
A sólida defesa formada por Giorgio Chiellini e Leonardo Bonucci, cruciais no título, não está mais presente, assim como Marco Verratti, Ciro Immobile e Leonardo Spinazzola, fora do elenco por desempenho abaixo do esperado.
‘No caminho certo’
“Tenho uma ótima sensação. Estamos no caminho certo”, disse Spalletti antes do jogo contra a Turquia.
Desde que chegou, o treinador insistiu na necessidade de seus jogadores terem um desempenho exemplar e terem orgulho de vestir a camisa da ‘Azzurra’.
Nessa linha, impôs regras rígidas, proibindo, entre outras coisas, longas sessões noturnas de videogame em aglomerações.
Em campo ditou seis princípios para a sua ‘Nazionale’, incluindo “pressão contínua” e “controle de jogo”, repetidos em cada uma de suas aparições públicas e impressos nos vestiários.
Para consolidar o espírito de grupo, Spalletti convocou esta semana em Coverciano os ‘cinco fantásticos’ do futebol italiano: os avançados Giancarlo Antognoni, Roberto Baggio, Alessandro Del Piero, Gianni Rivera e Francesco Totti, que juntos marcaram 84 golos.
“Temos que mostrar o quão alto eles levaram esta camisa, o auge do amor pela nossa história e pelas nossas cores”, disse o treinador.
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