Nesta quinta-feira, Wilson Luiz Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, rebateu acusações de suposta fraude nos resultados de jogos do Campeonato Brasileiro. Em seu depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, ele disse que as acusações feitas por John Textor, dono da SAF do Botafogo, não merecem credibilidade.
“Em termos de CBF, zero. Dou zero por cento de possibilidade. Com a experiência que tenho, não vi nem identifiquei nenhuma ação que pudesse dar a menor referência e transformá-la em algum tipo de manipulação de resultado. Erros em arbitragens ocorrem. Mas transformar um erro de arbitragem em denúncia de manipulação de jogo, a meu ver, é uma ação irresponsável”, afirmou Seneme, segundo a reportagem. Agência Senado.
Jorge Kajuru (PSB-GO), senador e presidente da CPI, falou em possíveis punições ao dono da SAF do Botafogo. “Se ele (John Textor) não provar absolutamente nada, tem que ser banido do futebol brasileiro e expulso do país por toda a bagunça que está criando”, disse o parlamentar.
O empresário norte-americano denunciou suposta manipulação do VAR) durante jogo entre Botafogo e Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro de 2023. O ex-jogador Romário (PL-RJ), atualmente senador e relator da CPI, questionou o presidente da Comissão de Arbitragem sobre a confiabilidade do sistema utilizado pela CBF.
“VAR não é o VAR do Brasil. É o VAR da FIFA. A forma como a tecnologia VAR funciona e como os árbitros funcionam é a mesma na China, Japão, Inglaterra, Paraguai, Brasil e Argentina. É um padrão único”, respondeu Seneme.
Coletiva de Imprensa da Seleção Brasileira: 05/06/2024 https://t.co/LGLFlQrqrF—CBF Futebol (@CBF_Futebol) 5 de junho de 2024
Durante o encontro, imagens publicadas por John Textor em suas redes sociais foram expostas pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ). Em vídeo, o norte-americano mostra a expulsão de Adryelson no duelo contra o Palmeiras. Segundo o empresário, os árbitros que comandavam o VAR na época não conseguiram mostrar ao juiz de campo imagens que pudessem ter mudado sua decisão em campo.
“Uma imagem, que não foi mostrada, mostra o jogador do Botafogo tocando primeiro a bola. O que está acontecendo, na minha opinião, é interferência da cabine do VAR. campo, já que as câmeras tinham? Dizer que a cabine do VAR não é obrigada a enviá-lo torna ainda mais grave a necessidade de investigação”, disse Portinho.
Eduardo Girão (Novo-CE), senador e parlamentar, criticou a presença de casas de apostas nos torneios da CBF por meio de patrocínios e argumentou que as ações dessas plataformas afetam o futebol.
“O conflito de interesses para mim é muito claro. Como presidente de clube (presidiu o Fortaleza em 2017), sou terminantemente contra. Acho que estamos matando a galinha dos ovos de ouro no futebol. As pessoas não sabem se estão assistindo a um jogo real ou a um jogo combinado. E o pior: muitos brasileiros (estão) endividados”, declarou.
A CPI também contou com a presença de Hélio Santos Menezes Junior, diretor de Governança e Compliance da CBF. Ele citou medidas da entidade para evitar episódios de manipulação de resultados, como acordos de cooperação entre CBF, Polícia Federal e Ministérios Públicos da União e dos estados.
Após a audiência pública, em reunião privada, representantes da CBF mostrariam aos parlamentares informações sobre o funcionamento do VAR.
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