Ó teste do pezinhotambém conhecido como triagem neonatal, é um exame capaz de detectar precocemente uma série de doenças genéticas e metabólicas. O teste faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) e deve ser realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, conforme recomendações do Ministério da Saúde.
Nesta quinta-feira (6), o Dia Nacional do Teste do Pezinho, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do exame. Quando realizado em recém-nascidos, o rastreamento permite o diagnóstico precoce de doenças como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística e diversas outras condições genéticas, metabólicas, endócrinas e infecciosas, permitindo o início do tratamento adequado e oferecendo maior qualidade de vida à criança .
Para que serve o teste do pezinho?
Segundo Thaísa Lucktemberg, médica biomédica e supervisora do Setor Neonatal da DB Diagnósticos, o teste do pezinho é utilizado para detectar doenças muitas vezes assintomáticas nos primeiros dias de vida.
“Com apenas um pouquinho do sangue do bebê é possível prevenir complicações graves, identificando doenças que poderiam causar atrasos no desenvolvimento, internações prolongadas e tratamentos de alta complexidade que seriam necessários caso as doenças fossem diagnosticadas tardiamente”, afirma.
Quais doenças podem ser detectadas pelo teste do pezinho?
Entre as doenças que podem ser detectadas pela triagem neonatal estão o hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, anemia falciforme, aminoacidopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
Em 2021, foi aprovada a Lei nº 14.154, que elevou para 53 o número de doenças detectadas pelo teste do pezinho, incluindo as seis que já eram detectadas pelo teste do pezinho básico. É possível conferir a lista completa de condições que podem ser diagnosticadas pelo exame aqui.
Qual a importância do teste do pezinho?
A importância da realização do teste do pezinho é detectar doenças graves logo no início da vida. Uma delas é a fenilcetonúria, uma condição na qual o corpo não consegue metabolizar um aminoácido chamado fenilalanina. Se não for tratada, esta doença pode causar danos cerebrais. Com o diagnóstico precoce, é possível iniciar uma dieta especial para a criança, pois a substância está presente em diversos alimentos ricos em proteínas, como carnes, ovos e leite.
Outro exemplo é a atrofia muscular espinhal (AME), uma das doenças que será incorporada ao exame no SUS na última fase de ampliação do teste do pezinho. Trata-se de uma doença neuromuscular progressiva que pode levar à morte, principalmente nos casos em que o início dos sintomas é precoce, devido ao comprometimento respiratório e de deglutição.
O diagnóstico da AME pelo Teste do Heel Peel é fundamental, na visão de Juliana Gurgel Giannetti, neurologista infantil, presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
“O melhor tratamento para AME é aquele que começa rapidamente. Esse é o diferencial crucial na ampliação da triagem neonatal, pois essas crianças passariam por consulta com pediatra ou neurologista infantil e não seriam identificados sinais da doença. Então, quando voltam ao médico já podem sentir fraqueza, dificuldade para amamentar ou respirar”, explica.
Quando e onde deve ser feito o teste do pezinho?
O teste do pezinho deve ser realizado em todos os recém-nascidos entre o 3º e o 5º dia de vida. Geralmente o exame é realizado na maternidade, mas se o bebê tiver alta antes da coleta do exame, ele poderá ser encaminhado às Unidades Básicas de Saúde (UBS) de referência para a coleta do exame.
Segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), recém-nascidos prematuros também podem realizar o exame. Porém, poderá haver solicitação de nova coleta entre a 2ª e a 6ª semana de vida, dependendo da imaturidade e dos procedimentos que o bebê prematuro necessitou ser submetido na unidade neonatal.
No Brasil, o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) oferece gratuitamente o teste do pezinho no Sistema Único de Saúde (SUS), abrangendo mais de 50 doenças em algumas regiões do país. Na rede privada é possível encontrar outras versões desse teste, que diferem quanto às técnicas utilizadas e ao número e grupo de doenças a serem analisadas.
Como o teste é feito?
O teste do pezinho é realizado por meio da coleta de uma pequena amostra de sangue do pé do recém-nascido — e daí seu nome popular — em papel filtro específico. Essa amostra é coletada para análise em laboratório, que pode identificar a presença ou ausência de doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas.
“É compreensível que os pais fiquem angustiados, mas o exame é sempre realizado por profissionais experientes que fazem tudo com precisão e rapidez. Com uma agulha bem fina, chamada lanceta, algumas gotas de sangue são coletadas do calcanhar do bebê e absorvidas por um papel especial. O exame é realizado neste local porque ali existem muitos vasos sanguíneos, o que facilita o acesso ao sangue do bebê”, explica Lucktemberg.
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